Esta doença está presente em grande parte dos cães acima de 7 anos, entretanto, nem todos vão necessitar de tratamento e por isso a importância da avaliação de um profissional para que este defina a necessidade ou não de medicamentos.
O primeiro sinal que fará o veterinário desconfiar de problemas cardíacos é o sopro cardíaco auscultado durante a consulta de rotina ou até no momento da vacinação anual. O sopro é comum em cães com mais de 7 anos. Se o cão é jovem e percebe-se o sopro, temos que investigar se ele tem anemia ou algum defeito na formação do coração.
O sopro acontece porque a válvula do coração perdeu a capacidade de fechar corretamente, produzindo um som diferente durante a batida do coração. Em função disso, um volume residual de sangue se acumula dentro do coração e, para acomodar este volume extra, o coração aumenta de tamanho (ver foto abaixo).
Entre os sinais clínicos que o cão pode apresentar estão: tosse que se assemelha a engasgo, perda de peso, desmaio (principalmente após tossir), cansaço, inchaço nas patas e abdômen e em casos mais graves, dificuldade respiratória, língua com coloração arroxeada, frequência respiratória aumentada e expiração forçada (nesses casos, considera-se uma emergência, necessitando assim, internação hospitalar).
O diagnóstico é realizado através de exame clínico, histórico do paciente e exames complementares. Entre os exames, inclui-se:
* Exame radiográfico do tórax: observa-se o tamanho do coração, a estrutura respiratória, deslocamento da traquéia, edema pulmonar e bronquites.
* Exame ecocardiográfico: mensuração das câmaras cardíacas, do fluxo sanguíneo intracardíaco, aferição da pressão intracavitária (através do doppler colorido), função das valvas.
* Exame eletrocardiográfico: é a representação gráfica da atividade elétrica do coração. Fornece dados sobre arritmias, oxigenação do miocárdio, distúrbios de condução elétrica e distúrbios eletrolíticos.
A doença é grave e não há uma cura definitiva. O tratamento tem como objetivo melhorar a qualidade e o tempo de vida do paciente. São necessários medicamentos, controle de atividade física e muitas vezes mudança na dieta. Nem todo paciente com sopro cardíaco necessita de tratamento imediato.
É importante salientar que as medicações são para a vida toda do cão e não devem ser suspendidos sem a orientação prévia do médico veterinário. O paciente cardiopata deve ser reavaliado a cada 4 a 6 meses. Com o tratamento adequado, o animal poderá viver muitos anos com qualidade de vida e atividade praticamente normais.
Valva mitral normal |
Valva mitral degenerada |